sábado, 15 de outubro de 2011
Domingo serve pra essas coisas.
Enquanto ela lavava o carro, porque era domingo – e algumas atividades só cabem ao domingo - ela sabia que tinha acabado. Porque a gente sempre sabe quando acaba, mesmo que a gente não queria que seja o fim. Alguns amores são bons, mas tem data de validade. E enquanto ela não encontra O Verdadeiro Amor – será que encontrará um dia ? - ela ia saboreando os diversos tipos de amores que passavam por sua vida.
Mas esse era especial. Foi especial. Esse foi um daqueles que ela achava que iria passar o resto da vida. Eram poucos que ela se sentia assim. É que veio com o pacote completo sabe? Tinha todo aquele frio na barriga que não passava, toda aquela saudade, ainda que ele tivesse acabado de ir embora para voltar no dia seguinte. E nada mudava, o sabor era o mesmo, até uns meses atrás. Ah, esse amor era como seu sabor de sorvete preferido, em que ia comendo aos poucos, para não acabar logo. E a cada pedaço que retirava, era tão bom que parecia mesmo impossível de haver um fim. Mas ás vezes nessa ânsia de querer que o sorvete – ou o amor - dure para sempre, acabamos deixando ele no freezer por tempo demais. E então ele endurece, perde o sabor, faz mal - e insistimos em tentar ainda saborear. Mas chega uma hora que temos que nos desfazer dele, por mais que doa. E nunca mais queremos sorvete – ou amor. Até que um dia alguém vem e lhe aparece com um sabor novo, que pode ou não durar para sempre (pode mesmo? Ainda não sei.). E então tentamos. E depois quando ela sentou no sofá da sala vestindo roupas velhas – porque ainda era domingo – ela se sentiu um pouco triste. Mas abriu um novo pote de sorvete, suspirou e saboreou sem se preocupar. Crepe de Queijo Amador
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